segunda-feira, 11 de abril de 2011

Controle de Qualidade de Alimentos e Saúde Pública

Introdução
Sabe-se que os alimentos podem ter um efeito benéfico ou maléfico sobre a saúde das
pessoas. Portanto, a proteção da saúde pública envolve o controle de qualidade dos alimentos,
antes de serem consumidos. O número e a severidade de casos de enfermidades transmitidos por
alimentos aumentaram muito na última década. Os cientistas americanos estimaram que cerca de
trinta e três milhões de casos de doenças ocorrem anualmente nos Estados Unidos por conta dos
alimentos. Além disto, são inúmeros os casos de doenças crônicas como alergias e neoplasias.
De conformidade com um estudo realizado pela Universidade Emory, estimou-se que 9.000
pessoas morrem anualmente nos Estados Unidos por conta de alimentos danosos.1
No Brasil informações sobre doenças e mortes causadas por alimentos são inexistentes, apesar
do reconhecimento de que o controle de qualidade de alimentos no país é muito pobre, mesmo
quando existe algum controle.2
O conceito de qualidade de alimentos é complexo. No mercado significa um apelo de vendas ou
de economia para o consumidor. Para as revistas de nutrição o conceito de qualidade de
alimentos significa um apelo à boa saúde e para os toxicologistas qualidade quer dizer
segurança, já que os alimentos devem ser inofensivos. A segurança de alimentos tem sido
definida como sendo uma prova razoável de certeza de que os alimentos são sanitariamente
adequados.3 Assim, pode-se dizer que o produto alimentício que põe em risco a saúde não tem
qualidade.
Embora se utilize aqui o conceito de qualidade como uma ferramenta gerencial moderna, que
deve ser parte integral da estrutura gerencial de uma organização, relacionada com o produto ou
serviço, é preciso reconhecer a relação que existe entre qualidade de produto e qualidade de vida
das pessoas. Não esquecer o slogan: “Pessoas de qualidade fazem produto de qualidade”.
Apesar da febre de qualidade, os indicadores sociais no Brasil são suficientes para produzir a
não-qualidade. Desta forma, muitas empresas brasileiras teriam dificuldades de viabilizar um
programa de qualidade, já que os trabalhadores, descontentes com salários e outras preocupações
de atendimento de suas necessidades básicas, passam para o produto os seus sentimentos e níveis
de insatisfação.
Mesmo reconhecendo-se que a medida de qualidade de alimentos seja complexa, não se pode
desprezar o controle de qualidade, considerando a relação que os alimentos têm com a saúde das
B
pessoas. Neste sentido, o melhor sistema de proteção à saúde pública é o que envolve duas
formas de controle, antes que os alimentos sejam consumidos. O primeiro controle deve partir da
responsabilidade da indústria em preparar alimentos que não sejam prejudiciais à saúde das
pessoas. O segundo controle deve ser o monitoramento por algumas agências reguladoras para
assegurar que a indústria está realmente realizando o seu trabalho e, de fato, produzindo
alimentos inofensivos.4
Infelizmente, no Brasil, nem a indústria nem os órgãos de fiscalização, nos níveis federal e
estadual, parecem assegurar a qualidade dos alimentos ou outros produtos em circulação no país.
O propósito deste trabalho é discutir a necessidade de controle de qualidade de alimentos e seus
efeitos sobre a saúde pública.
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/D4EA53771568FD0603256FB6005EAD6F/$File/NT000A4AB2.pdf

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