sábado, 18 de junho de 2011

Contaminação Biológica dos Alimentos

INTRODUÇÃO:
Os limitados hábitos de higiene, a ausência de água potável e de refrigeração dos alimentos, a falta de áreas adequadas para descarte do lixo e de sanitários públicos, favorecem a contaminação e deterioração dos alimentos comercializados nas ruas. Isso contribui para as várias epidemias por agentes patogênicos, além da facilidade de distribuição de alimentos industrializados. A ação desses agentes depende das condições de higiene do meio e da suscetibilidade do hospedeiro humano. O que tem implicações graves para a saúde humana e não é exclusividade das zonas pobres do planeta. O Objetivo deste artigo é destacar a importância e apresentar um panorama dos contaminantes e da contaminação alimentar, com foco principal no Brasil. Há uma série de formas contaminação nesses alimentos: hábitos de higiene dos manipuladores, pelas condições do estabelecimento, pela falta de água — sendo esta poluída, contaminada, infectada —, contaminação no transporte, etc. AGENTES BIOLÓGICOS CONTAMINANTES DE ALIMENTOS.
A Listeria monocytogenes tem sido responsável por várias epidemias de diarréia nos EUA e a Listeria sp é encontrada no meio ambiente as temperaturas de refrigeração. A Salmonella enteritidis é encontrada em ovos (cerca de 1%) e a E. coli O157 foi detectada em 15% do gado bovino inglês. Por isso, o pouco cozimento destes, propicia a sua proliferação ao homem. A virulência da Salmonella sp. pode aumentar, sendo mais resistente aos sucos gástricos, graças a sua combinação ao ácidos graxos de cadeia curta proveniente nos alimentos.
CONTAMINAÇÕES:
· DO LEITE DE VACA E DERIVADOS As infecções podem resultar da ingestão do leite in natura contaminado por bactérias ou pode haver contaminação posterior: durante o transporte até as usinas de pasteurização, no entreposto após a pasteurização ou durante a manipulação pelo próprio consumidor.
Muitas fazendas de gado leiteiro apresentam condições precárias de higiene, nem sempre fazem anti-sepsia adequada dos úberes das vacas, com ordenha manual. Há falhas na refrigeração do leite nos caminhões a caminho das usinas e os processos de beneficiamento e armazenamento se dão em locais com cuidados sanitários insatisfatórios. Mesmo o controle rigoroso das grandes indústrias não elimina a contaminação, devido ao seu preparo com água não fervida. Já nos derivados, a falta de pasteurização impede que muitos patógenos e toxinas não sejam destruídos. Os queijos os mais suscetíveis a essa contaminação, sendo maior naqueles vendidos em feiras livres e a contaminação por S. aureus poderia provocar surto de infecção alimentar estafilocócica.
Cuidados de higiene e manipulação dos alimentos evitam a sua contaminação por medidas simples como a pasteurização e utilização — nos processos — de água de qualidade. Além de cuidados na refrigeração. · DA CARNE.
A contaminação da carne bovina e produtos correlatos pode ser observada de norte a sul do Brasil. Para carnes de suínos e embutidos, a situação é igualmente precária. Tudo isso indica que o abate do gado bovino e suíno, o processamento da carne, sua moagem e a manipulação nos pontos de venda são feito em condições de higiene deficientes. A redução pode ser atingida. A temperatura de cocção e reaquecimento é crítica para eliminar as formas vegetativas de microrganismos patogênicos. A qualidade da água em contato com esses alimentos, que deve ter o mesmo padrão microbiológico e de potabilidade da água para consumo humano. Foi constatado ser imprópria para uso no interiorde São Paulo. Foi verificada a falta de higiene de manipuladores de carne bovina e amostras contaminadas nas feiras livres.
· DE HORTALIÇAS
Hortas foram irrigadas a partir da captação da água de córregos, o que é proibido por lei. Nesses córregos, foram encontradas elevada contaminação por coliformes fecais, indicando a presença de esgoto doméstico sem tratamento prévio, contaminando os vegetais ali produzidos. Da mesma forma, houve irrigação com água de mina subterrânea para verduras, contaminadas por Salmonella sp., Giárdia sp. Entamoeba sp. No total, houve contaminação por coliformes fecais nas verduras e vários microrganismos patogênicos.
· DE SEMENTES, CEREAIS E FARINHAS
Algumas medidas preventivas podem controlar os níveis de aflatoxinas (micotoxinas que são metabólicos dos fungos, se ingeridos são prejudiciais e algumas são carcinogênicas) como a secagem rápida dos alimentos e o armazenamento sob condições controladas de umidade relativa.
As condições inadequadas de armazenamento de cereais não apenas favorecem a proliferação dos fungos, mas também dos ácaros e insetos, que podem deteriorar os produtos. No milho em grão, verificou-se excremento de insetos, larvas e insetos adultos vivos e mortos, pêlos de roedor e de gato. No grits foram achados: ovos de insetos, cabeças de larvas e pupas. Já no fubá, além da elevada contaminação por fragmentos de insetos, ácaros e larvas, também se encontraram partículas metálicas. Na farinha de mandioca encontraram-se corantes, contaminação por bolores, além de terra, pêlos de roedor e cabelos.
CONCLUSÃO
Existe normatização adequada para controle sanitário dos alimentos, mas ainda falta a fiscalização efetiva e permanente da produção, conservação e comercialização de alimentos pelos serviços estaduais e municipais de vigilância sanitária, aos quais é delegado o poder de inspecionar e punir os infratores. As camadas menos favorecidas da população são as mais afetadas pela contaminação alimentar, pelos hábitos culturais da alimentação e necessidade de optar por produtos com menor preço, geralmente de pior qualidade. A contaminação biológica de alimentos é uma questão de saúde pública. Além da situação econômica, faltas de condições higiênico-sanitárias, impossibilidade de fiscalização efetiva dos órgãos competentes e descuido com a qualidade da água no processo de irrigação e lavagem dos alimentos, são agravantes para o quadro preocupante apresentado.

Bactéria dos 'pepinos assassinos' se espalha na Europa

A Comissão Europeia informou hoje que vários países do bloco registraram casos de contaminação pela bactéria Escherichia coli, mais conhecida por E. Coli. Já são 329 casos na Alemanha, 30 na Suécia, 11 na Dinamarca, 2 na Áustria, 2 na Holanda e 3 no Reino Unido. Pia Ahrenkilder Hansen, porta-voz da Comissão, disse que as autoridades "estão tentando de tudo para manter a situação sob controle" e tentam encontrar as origens do surto.
Na quinta-feira passada, a Comissão Europeia disse que pepinos orgânicos produzidos em duas províncias da Espanha foram os responsáveis pelo primeiro surto na Alemanha. Pepinos produzidos na Holanda e comercializados na Alemanha também estariam sob investigação. A
Espanha nega que seus produtos sejam a origem da contaminação.
O governo alemão montou um gabinete de crise para controlar a disseminação da bactéria, que já teria matado dez pessoas. A mídia local também fala em 1.200 pessoas contaminadas. O Instituto Robert Koch conta 329 casos de contaminação e três mortes. Por causa das mortes, os produtos foram apelidados de "pepinos assassinos" nos locais afetados.
A ministra de Consumo da Alemanha, Ilse Aigner, fará uma reunião de emergência hoje com o ministro de Saúde, Daniel Bahr, e com representantes dos Estados alemães, para discutir o assunto. Não há confirmação oficial do governo alemão a respeito dos números, mas o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, de Estocolmo (Suécia), descreveu o surto como um dos maiores do mundo, em se tratando de E.coli, e o maior já ocorrido na Alemanha.
Efeitos
A bactéria provoca diarreia, que pode evoluir para a chamada síndrome hemolítica urêmica (HUS, na sigla em inglês), que provoca diarreia hemorrágica e resulta em danos sérios ao fígado - o que, em alguns casos, leva à morte.
O presidente do Instituto Robert Koch, Reinhard Burger, disse que a fonte da contaminação ainda não foi identificada, mas pediu que a população, especialmente do norte da Alemanha, evite comer pepinos, tomates e alface.
Embora a Comissão Europeia tenha dito que os pepinos contaminados foram produzidos na Espanha, Burger afirmou que ainda é cedo para dizer, com certeza, qual é a fonte do surto. As informações são da Dow Jones. 
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,bacteria-dos-pepinos-assassinos-se-espalha-na-europa,725729,0.htm

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Agrotóxicos comprometem a qualidade dos alimentos" 10 de junho de 2011 Da Página do MST


A plenária final do fórum permanente contra os agrotóxicos, realizada
na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT) em 3 de junho, no município de Cuiabá, no Mato Grosso, lançou
uma moção para denunciar que "o uso e o nível de agrotóxicos, como
fruto deste manejo sem ética, compromete a qualidade dos alimentos".

Abaixo, leia o documento.

Moção pela vida e contra os agrotóxicos


Na aurora das ciências e avanços teconlógicos, a humanidade ainda não
inventou algo que substitua o alimento necessário ao bom funcionamento
do organismo. Após o paleolítico, ocasião em que o Homo sapiens deixou
de ser nômade e passou a ser agricultor (8000 a.C.), inúmeras
transformações ocorreram em função do poder instituído na humanidade,
afetando as águas, as terras, o fogo e os ares.

Adotando um modelo desenfreado de desenvolvimento, numa visão
imediatista de lucro da minoria, testemunhamos a exclusão social e as
injustiças ambientais que assolam o mundo. Sob o falso discurso de ser
celeiro da humanidade, grande parte dos alimentos produzidos pelo
agronegócio mato-grossense serve para refeição às vacas holandesas.

O uso e o nível de agrotóxicos, como fruto deste manejo sem ética,
compromete a qualidade dos alimentos para o consumo humano e animal,
provoca poluição, corrobora com as mudanças ambientais negativas,
provoca competições desonestas, aumenta cada vez mais o abismo entre
ricos e pobres e até impede que agricultores da agroecologia mantenham
sua produção sadia e certificada. A insustentabilidade da vida
mato-grossense não é somente instituída pelo governo, como estimulada
essencialmente pelo manejo agrícola mecanizado e baseado em
agroquímicos.

Para a defesa da sustentabilidade instituinte e planetária, os
participantes deste fórum permanente contra os agrotóxicos e pela
vida, manifestam-se:

* Pela defesa do código florestal como parte da sustentabilidade
planetária, que não tenha meramente um interesse econômico, nem seu
objeto e muito menos o final almejado;

* Por um zoneamento participativo, discutido e proposto no bojo do
Grupo de Trabalho de Mobilização Social e que favoreça a agricultura
familiar e a valorização do mapa social;

* Pelo repúdio aos megaprojetos de hidrelétricas como Belo Monte, além
das inúmeras PCH que destroem a natureza e a cultura e, assim, também
pela suspensão de qualquer obra que venha prejudicar a integridade
ambiental e também dos povos do Pantanal, com a imediata retirada do
projeto de hidrovia Paraguai-Paraná do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC);

* Pela concordância da “Moção contra o uso dos agrotóxicos e pela
vida” aprovada durante a realização do V Congresso Brasileiro de
Ciências Sociais e Humanas em Saúde (São Paulo, USP, 20 de abril de
2011) em seus tópicos: Proibir a pulverização aérea de agrotóxicos,
tendo em vista a grande e acelerada expansão desta forma de aplicação
de venenos, especialmente em áreas de monocultivos; Suspender as
isenções de ICMS, PIS/PASEP, COFINS e IPI concedidas aos agrotóxicos;
e Elaborar e implementar um conjunto de Políticas Públicas que
viabilizem a superação do sistema do agronegócio e a transição para o
sistema da Agroecologia;

* Pela defesa da autonomia das ciências éticas, que metodologicamente
se inscrevem na soberania científica e essencialmente no compromisso
político dos cientistas, seja na área da saúde, ecologia, educação,
sociologia ou qualquer outra área do conhecimento e, portanto, repúdio
a todo tipo de represália às pesquisas que evidenciem os danos
causados pelos agroquímicos; (Pela valorização das pesquisas que
evidenciem os danos causados pelos agroquímicos e proteção dos
cientistas);

* Pela criação de programas de pesquisa sobre os impactos dos
agroquímicos na saúde, no meio ambiente e nos alimentos e consequente
análise de resíduos nos produtos do agronegócio exportador, além do
apoio às vítimas de contaminação;

* Pela sensibilização dos conselheiros municipais de saúde, em
especial o segmento dos usuários, quanto aos impactos na saúde e no
meio ambiente, provocados pelo uso de agrotóxicos;

* Pela defesa dos Direitos Humanos, em especial ao estudo e
intervenção da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre as ameaças de
morte em MT e erradicação imediata do trabalho escravo e da violência
instituída no campo;

* Pela defesa das vidas dos povos e comunidades tradicionais e grupos
sociais vulneráveis, como os povos indígenas, quilombolas, pescadores
artesanais, artesãos, agricultores familiares, retireiros do Araguaia,
seringueiros, trabalhadores do carvão e tantos outros grupos
marginalizados pelo poder econômico;

* Pela justiça socioambiental do campo e pela liberdade e autonomia
dos sindicatos dos trabalhadores rurais na luta pela vida, e o nosso
repúdio às ameaças de morte aos que combatem os agrotóxicos;

* Pela responsabilização legal e penal daqueles que utilizam os
agroquímicos, assumindo os riscos das externalidades advindas de seu
uso no meio rural e urbano;

* Pela proibição, no Brasil, da propaganda e uso de agrotóxicos já
proibidos em outros países (especialmente na Europa) e sua equiparação
à mesma condição de outras substâncias perigosas, com transporte e uso
controlados; Por propagandas na mídia de massa que mostrem os males
causados por agrotóxicos nas pesquisas feitas durante os últimos anos,
que equiparam-nos às drogas tóxicas;

* Pela defesa das zonas de amortecimento ao redor de vilas, cidades,
terras indígenas e unidades de conservação em regiões agrícolas;

* Pelo apoio efetivo e oficial aos agricultores familiares na
conversão para modelos de agricultura de base ecológica;

* Pela elaboração de políticas públicas (nos níveis municipal,
estadual e federal) que viabilizem a agroecologia;

* Pela defesa e valorização da agricultura familiar, considerando sua
autonomia das sementes e técnicas tradicionais;

* Pelo direito a um ambiente limpo, livre de agrotóxicos e
transgênicos em que as populações com seus direitos velados tenham
condições de justiça;

* Pela defesa ampla, irrestrita e permanente da biodiversidade e de
todos os elementos que tecem uma humanidade ética, socialmente
inclusiva e ecologicamente protegida.

PELA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS E DA TERRA!http://www.mst.org.br/node/11956

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Blitz revela produtos que pesam menos do que diz a embalagem.


O Ipem não fiscaliza qualidade de alimentos. Cuida só de pesos, medidas e embalagens. Na maior parte dos itens reprovados, faltavam poucos gramas.
O Fantástico acompanha uma megablitz nos supermercados de São Paulo e descobre que muitos produtos pesam menos do que diz a embalagem. 

domingo, 5 de junho de 2011

Monitoramento do teor de iodo do sal para consumo humano

A iodação do sal tem sido recomendada como principal medida de saúde pública para a prevenção e controle dos Distúrbio por Deficiência de Iodo (DDI) por ter uma aplicação segura e apresentar uma relação custo benefício satisfatória. A implementação da iodação do sal como política pública tem sido endossada pela Organização Mundial de Saúde e em fóruns internacionais, como a Conferência Internacional de Nutrição realizada em Roma (1992).

De acordo com a Resolução RDC nº 130 de, 26 de maio de 2003, somente será  considerado próprio para consumo humano o sal que contiver teor igual ou superior a 20 (vinte) miligramas até o limite máximo de 60 (sessenta) miligramas de iodo por quilograma de produto.

Quando se adota essa medida de saúde, o monitoramento do teor de iodo no sal destinado ao consumo humano torna-se crítico para a efetividade e sustentabilidade dos programas que objetivam a eliminação virtual dos DDI. Esse monitoramento tem por objetivo verificar se a iodação do sal está sendo realizada de forma segura e sob rigoroso controle e, além disso, avaliar se o sal oferecido à população é capaz de fornecer a quantidade necessária de iodo para prevenir e controlar os DDI sem risco de ocorrência de doenças associadas ao consumo excessivo deste micronutriente.

No desenho institucional do Pró-Iodo, o monitoramento da segurança e do controle da etapa de iodação do sal ocorre por meio da realização de inspeções sanitárias nos estabelecimentos beneficiadores de sal e pelo monitoramento do teor de iodo em amostras de sal.

No que tange à avaliação dos teores de Iodo do sal ofertado à população, esse monitoramento é executado em dois momentos: no nível industrial, na ocasião das inspeções sanitárias, e no comércio, por meio de ações fiscais desenvolvidas com esse propósito específico.

No ano de 2010, foi constatado que 95,3% do sal comercializado no país apresentaram teor de iodo satisfatório.

http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/alimentos#